Em uma tarde qualquer, você recebe um e-mail da Diretoria informando (sucintamente) que a empresa está investindo em uma iniciativa de mapear e otimizar processos na empresa e que seu departamento será entrevistado nas próximas semanas por uma auditoria, seja interna ou externa. Se o motivo de tudo isso não for transparente o suficiente, convenhamos, não há barriga que não esfrie…
Creio que mesmo aquele que tem seu trabalho extremamente elogiado, tem pontos a evoluir em sua rotina, forma de trabalho ou metodologias utilizadas. Uma das vantagens da rotatividade profissional tanto para o funcionário, quanto para a empresa é que para o profissional, conhecer novas culturas e projetos de outros portes e naturezas certamente o ajudarão a amadurecer. Para o segundo, profissionais com visões diferentes sobre uma mesma situação também apoiarão o amadurecimento interno. Paradoxalmente, o profissional valorizado normalmente é aquele que une a habilidade da ótica sem precisar ir ao mercado de trabalho.
Há quem não entenda que os benefícios com a melhoria de processos e o mapeamento soa como uma afronta ao histórico de trabalho, o que, logicamente, afeta todo o projeto de trabalho, uma vez que há grande chance das informações compartilhadas não serem precisas. O patrocinador do projeto pode ter inferência nisto se, como disse no início do texto, não explicar os reais objetivos da iniciativa.
Aqueles que resistam à projetos de otimização de processos, deveriam saber que só um motivo justifica a ignorância disso: só se pensou aprimorar um processo pois alguém o criou e/ou o sustentou. E este alguém é o próprio entrevistado.
Cria-se aqui mais duas habilidades exigidas do analista de processos: versatilidade e empatia. Neste segundo, o desafio é justamente a de criar uma “camada humana” entre entrevistador e entrevistado para que exista um convencimento natural para ambos atingirem um objetivo em comum e real: melhorar continuamente os processos da empresa.
